Dólar recua pela primeira vez após anúncio de pacote fiscal e fecha a R$ 6,05

Nesta terça-feira (3), o dólar à vista (USDBRL) interrompeu uma sequência de cinco altas consecutivas, fechando cotado a R$ 6,0584, com uma leve queda de 0,16%. A retração acompanhou o movimento global de desvalorização da moeda norte-americana, com o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas globais – registrando baixa de 0,08%, marcando 106,362 pontos.

Por que o dólar caiu hoje?

A desvalorização do dólar frente ao real foi influenciada por dados econômicos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A divulgação de indicadores positivos no Brasil, somada às novas apostas de cortes na taxa de juros nos EUA, contribuiu para o recuo da moeda norte-americana.

PIB do Brasil cresce 0,9% no terceiro trimestre de 2024

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,9% no terceiro trimestre em relação ao segundo, totalizando R$ 3 trilhões em valores correntes. Na comparação anual, a economia brasileira cresceu 4%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou em linha com as expectativas do mercado, que projetava um crescimento trimestral de 0,8% e anual de 4%.

Superávit nas contas públicas surpreende

Outro dado relevante foi o superávit primário de R$ 40,8 bilhões registrado pelo governo central em outubro, o segundo maior da série histórica para o período. Esse desempenho foi impulsionado por um aumento real de 10,9% na receita líquida e uma redução de 0,7% nas despesas totais.

No acumulado de 2024 até outubro, o déficit primário totalizou R$ 64,4 bilhões, uma melhora em relação ao mesmo período de 2023, quando o déficit foi de R$ 76,2 bilhões.

Durante uma coletiva, o Tesouro Nacional descartou a recompra de títulos públicos, indicando que as condições de mercado não justificam intervenções no momento.

Dados dos EUA fortalecem apostas de corte nos juros

Nos Estados Unidos, o relatório JOLTS mostrou que as vagas de emprego abertas aumentaram para 7,744 milhões em outubro, acima da expectativa de 7,475 milhões. Este dado reforçou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa reduzir a taxa de juros em sua próxima reunião, prevista para os dias 17 e 18 de dezembro.

Atualmente, traders apontam uma probabilidade de 73,8% de um corte de 25 pontos-base, elevando as chances em relação ao dia anterior, quando a estimativa era de 61,6%.

O que esperar do mercado nos próximos dias?

Os investidores aguardam a divulgação do relatório oficial de empregos dos EUA (payroll), que será publicado na sexta-feira (6). O resultado poderá influenciar ainda mais as expectativas sobre a política monetária do Fed e, consequentemente, o desempenho do dólar frente ao real.